7 chakras, significado, cores e mantras
- Helena Borges
- 15 de mai. de 2023
- 11 min de leitura
Atualizado: 21 de mai. de 2023
Os chakras são centros de energia que giram, como rodamoinhos, a partir do encontro das nadis (canais de energia sutil, que são como rios). Temos milhares de chakras no corpo, sendo os 7 maiores e principais ao longo da coluna até o topo da cabeça. Esses centros energéticos, captam, armazenam e distribuem energia pelos nossos corpos, físico, sutil e mental. Sua forma é circular e giram conforme a energia circula neles. “Os chakras são a própria manifestação das forças da Natureza em nós. (…) Os chakras são inteligências que pulsam em nós e que nos cria ao mesmo tempo em que as as usamos para criar o mundo”. (livro dos Chakras de Tales Nunes).
A sequência dos chakras principais se associa à jornada de vida, desde os instintos básicos de sobrevivência, em Muladhara, até a consciência pura, Sahasrara. O sétimo chakra, Sahasrara, no topo da cabeça, na verdade não é um chakra, é a representação da própria consciência, do Ilimitado em nós. Dizemos que é um chakra à grosso modo.
Primeiro Chackra: Muladhara Chakra - O Chakra básico ou da raiz

O primeiro chackra, o chakra Muladhara está localizado na base da coluna. Muladhara significa raiz, ou suporte. Representa a nossa base. Esse chakra está associado ao elemento terra. A cor comumente é o vermelho, mas também pode-se associar à cor de terra, ocre, ou àquela terra avermelhada.
O bija mantra é Lam. Governa o olfato como órgão do sentido, os órgãos sexuais como órgãos de ação, também corresponde ao intestino grosso, ao tecido ósseo e associa-se à apana vayu, a corrente de energia descendente. Muladhara Chakra, por ser a nossa base e estar associado às características da Terra, em equilíbrio representa estabilidade física e emocional, segurança de si mesmo, segurança material e uma boa relação com as coisas materiais, resistência física e disposição, sexualidade equilibrada, firmeza na realização das tarefas cotidianas, calma, tranquilidade e caminhar seguro pela vida.
O chakra raiz também está ligado à nossa consciência tribal, ou seja, sentir-se parte do grupo. Neste chakra temos um dos ghranthis, que são obstáculos, como “nós” psicoenergéticos, e em Muladhara está localizado Brahma Granthi, o nó relacionado ao medo da morte. O medo da morte é a raiz de todos os medos, medo da suposta não existência e do vazio. O medo faz parte da vida e é importante, aciona a fuga quando em situações de perigo, ou evita essas situações, o problema é quando o medo é tanto que paralisa, e nos impede de agir. (algumas práticas podem despertar o medo presente neste chakra).
Em desequilíbrio, se há falta energia neste chakra, a pessoa pode se sentir insegura, ter excesso de medo, sensação de perder o chão, sensação de não pertencer a nenhum grupo e estagnação. E se há energia em excesso neste chakra a pessoa pode apresentar materialismo, ganância (pois o apego excessivo às coisas materiais é um medo extremo de perder a segurança), medo de mudança e obsessão sexual. Então o objetivo das práticas voltadas para esse chakra é proporcionar aterramento, segurança, estabilidade, resistência e tranquilidade, que são as características do elemento Terra.
Segundo Chackra: Swadhisthana Chakra

O segundo chakra é Swadhisthana, que significa Assento do Eu, e está localizado na região do osso púbico. Representa o nosso prazer pela vida. Esse chakra está associado ao elemento água. Popularmente este chakra é representado pela cor laranja, mas pode ser associado ao azul claro, cor do seu elemento.
O bija mantra é Vam. Rege o paladar como órgão do sentido, os órgãos de excreção como órgãos de ação, também corresponde ao intestino delgado, útero, ovários e bexiga e ao tecido adiposo. Associa-se à vyana vayu, a corrente de energia que vai do centro do corpo para as extremidades. Swadhisthana Chakra está associado às características da Água, à Lua, às qualidades femininas e à figura da mãe.
Em equilíbrio representa prazer pela vida, alegria, criatividade, sensualidade equilibrada, apreciação da arte e da beleza da vida, adaptabilidade e um senso de autoimagem positivo. Neste Chakra podemos perceber o prazer como parte essencial da vida, não à toa o paladar é o órgão do sentido relacionado. O paladar também relaciona-se evidentemente com o elemento água. O prazer sensual, isto é, que envolve os sentidos e não depende necessariamente do prazer sexual, torna-se importante.
No entanto, aqui precisamos encontrar o discernimento de não ficarmos presos na busca infindável dos prazeres, na busca eterna de satisfazer os sentidos, pois essa busca não é o objetivo final da vida. Se ficamos presos nessa busca, nunca estaremos satisfeitos, pois mal um desejo é satisfeito, já temos uma série de outros em seguida. No extremo, ficar preso nos desejos e prazeres de Swadhisthana pode causar compulsão alimentar e sexual, vícios e letargia, por exemplo. Neste Chakra também nos encontramos com nossa autoimagem, ou seja, como vemos a nós mesmos.
O desequilíbrio neste chakra pode ser tanto para a vaidade excessiva, como o narcisismo, quanto para a autodesvalorização.
Terceiro Chackra: Manipura Chakra - Chakra do Plexo Solar

O terceiro chakra é Manipura, que está na altura do plexo solar. Manipura significa “cidade das jóias”, está associado ao nosso brilho pessoal. O elemento deste chakra é o fogo. A cor é amarelo dourado, mas também pode ser associado ao vermelho, a cor, ou as cores, do sol.
O bija mantra é Ram. Governa a visão como órgão do sentido e os pés como órgãos de ação. Está ligado ao sistema digestivo, estômago, fígado, rins e glândulas supra-renais. Associa-se ao tecido muscular e à samana vayu, a corrente de energia circular da digestão.
Manipura Chakra, por ser o nosso brilho e poder pessoal e estar associado às características do Fogo, em equilíbrio representa brilho e carisma, assertividade, direcionamento e energia para a realização, disciplina, independência, inteligência e vontade. Este chakra também rege a digestão, tanto física quanto emocional. Está ligado à visão, pois é o sentido através do qual somos atraídos pelas coisas que nos despertam o desejo, a vontade. E os pés e pernas são os que nos movem em direção àquilo que desejamos. A raiva também está associada a este chakra, energia ardente que tem o poder de destruir e consumir, a nós mesmos e aos outros, se não for bem trabalhada. Se a raiva é bem canalizada, é uma energia potente, construtiva e realizadora.
Em desequilíbrio, se falta energia neste chakra, poder existir apatia, falta de iniciativa, de brilho e de carisma pessoal. A digestão e a vitalidade podem ser afetadas. E se a energia é exarcebada a pessoa pode tornar-se explosiva, autoritária e dominadora. Pode existir excesso de ambição e a pessoa pode passar por cima de tudo e todos para conseguir o que deseja. Problemas no fígado e na vesícula, gastrite e problemas digestivos também estão ligadas a este chakra (especialmente à raiva).
Quarto Chackra: Anahata Chakra - Chakra Cardíaco

O quarto chakra é Anahata, o chakra cardíaco, localizado no centro no peito, junto à glândula Timo. Anahata significa “o som não produzido”, está associado à compaixão e ao amor universal. O elemento deste chakra é o ar. A cor é verde esmeralda e o símbolo é a entrela de seis pontas de cor preta.
O bija mantra é Yam. Governa o tato como órgão do sentido e a pele e as mãos como órgãos de ação. A pele é permeável e não nos separa dos outros e dos objetos e sim nos conecta, através do toque. As mãos são como uma extensão do coração, com elas podemos oferecer afeto e ajuda, e também com elas podemos soltar e deixar ir. Está ligado ao sistema circulatório, ao coração e aos pulmões. Associa-se ao sangue e à Prana vayu, a corrente de energia ascendente, localizada na região torácica. Anahata está associado à compaixão, é nosso centro de amor universal, empatia, capacidade de se doar e também de receber. É o coração aberto. Também está ligado à alegria e, como tudo é dual, também à tristeza e ao medo da solidão.
Neste Chakra temos o segundo “granthi”; um dos nós psicoenergéticos. O primeiro está em Muladhara ligado ao medo da morte; Brahma granthi, e o segundo, Vishnu granthu, está ligado à solidão e tristeza. O medo da solidão é algo latente que todos nós provavelmente já sentimos em algum momento, porém ele é um equívoco, pois estamos conectados uns aos outros na teia da vida. A Natureza é uma grande rede de interconecxões onde somos parte de algo maior. O ensinamento do Yoga nos diz que esse sentimento de separação é uma ilusão e, reconhecer a união, para além de um entendimento meramente intelectual, é o objetivo do Yoga, ver além das aparências.
O medo e sensação de solidão pode gerar carência, tristeza e depressão. Entretanto estar só é necessário, apreciar a própria companhia e sentir compaixão por si mesmo é a base para que possamos sentir compaixão, empatia e estar bem com os outros. O elemento ar é o que mais nos conecta, assim como a compaixão e o amor.
Em equilíbrio, este centro nos proporciona alegria, empatia, compaixão, sensação de pertencimento a algo maior e confiança na vida. Boa circulação, pressão sanguínea, coração e pulmões saudáveis.
Em desequilíbrio, se falta energia neste chakra, poder existir tristeza, sensação de vazio e solidão, que podem levar à depressão. A respiração e circulação sanguínea, assim como o coração, podem ser afetados. Pode existir falta de empatia ao sofrimento alheio. E se a energia é excessiva a pessoa pode, ao contrário, sentir demais pelo outro, pode existir excesso de sensibilidade e sofrimento e ingenuidade. Pode haver excesso de doação fazendo com a pessoa se coloque sempre em segundo plano. Pode também gerar problemas cardíacos e questões de pele.
Quinto Chackra: Vishuddha Chakra

O quinto chakra é Vishuddha, o chakra laríngeo, localizado na região da garganta, junto à glândula tireóide. Vishuddha significa “muito puro”, está associado à expressão e ao discernimento. O elemento deste chakra é o espaço. A cor é roxo esfumaçado.
O bija mantra é Ham. Governa a audição como órgão do sentido e os ouvidos como órgãos de ação.
Está ligado à glândula tireóide, à garganta e à laringe. Associa- e à Udana vayu, a corrente de energia ascendente, localizada na região do pescoço e cabeça.
Vishuddha está associado à expressão, é nosso centro de comunicação, é a ponte entre o chakra cardíaco e o chakra frontal, representa o discernimento e o pensamento racional, capaz de expressar nossos sentimentos e nossa verdade. Por meio deste chakra podemos purificar nossas emoções, através da expressão verbal, do choro, ou de outros meios, como a arte.
A expressão artística está associada tanto ao segundo chakra, o Swadhisthana, ligado ao elemento água e às experiências sensuais, como também ao quarto chakra, o cardíaco, no qual temos expressões artísticas devocionais e, no caso de Vishuddha, a arte vem como meio de colocar as emoções para fora. As emoções são sentidas ao longo do tronco e, através deste chakra podem e devem ser colocadas para expressadas, talvez não no exato momento em que surgem, por exemplo, às vezes precisamos conter a raiva, sentida claramente no abdômen, para não gerarmos maiores danos em alguma situação, mas essa raiva precisa ser expressa de alguma forma, podemos conversar depois de nos acalmarmos e falar o que sentimos, se isso não for possível podemos escrever, desenhar, ou que quer que seja que nos faça sentir melhor. O mesmo vale para o choro, se temos vontade de chorar e não choramos, fica um nó na garganta. Através deste centro de energia também expressamos nossos pensamentos, trazendo para o mundo manifestado, através do som das palavras, o mundo não manifestado, do plano das ideias. Portanto, é importante ter atenção ao que e diz, pois através das palavras criamos nossa realidade.
A purificação, o discernimento e a expressão da nossa verdade, daquilo que sentimos e dos nossos pensamentos e ideias, relacionam-se à autoaceitação. Neste centro de energia, podemos compreender que não precisamos cumprir com expectativas alheias, aquilo que o mundo insiste em nos fazer acreditar que devemos ser ou não ser, mas podemos criar o espaço para ser quem somos, onde é permitido ser exatamente quem somos, livres de pressões externas, autocrítica e cobranças excessivas. Não precisamos ser diferentes nem estarmos num lugar diferente de onde estamos agora. Se ficarmos na paranoia coletiva que o sistema nos impõe, nunca seremos ou teremos o suficiente. O que precisamos é nos libertar da culpa e do medo de sermos quem somos.
O elemento espaço é o mais sutil dos elementos, foi o primeiro a surgir na história de criação do universo manifestado e a partir dele, conforme vai se densificando, vão se formando os demais elementos: ar, fogo, água e terra, nessa ordem. O espaço pode dar uma sensação de vazio, de nada, no entanto, o espaço e esse vazio é justamente de onde tudo brota, o espaço, a amplitude, é pura fertilidade. Assim como os elementos que formam todo o universo manifestado são fruto do espaço, o som é fruto do silêncio. Vishuddha chakra rege a audição e a escuta não apenas dos sons, mas também do silêncio interior.
Perceber o espaço e o silêncio é perceber o lugar de serenidade que existe em cada um de nós, independente das oscilações e flutuações do mundo e da mente. Encontrando esse espaço silencioso temos percepções que não são possíveis de se “ouvir” com a mente voltada para fora e cheia de ruídos.
Em equilíbrio, este centro nos proporciona correto discernimento, boa comunicação, bom uso das palavras, segurança para expressar a verdade própria e ser quem se é.
Em desequilíbrio, se falta energia neste chakra, pode existir dificuldade de expressão, insegurança, falta de discernimento. Pode ter uma tendência a problemas na garganta, dentes fracos e hipotireoidismo. E se a energia é excessiva a pessoa pode falar demais e não cumprir o que o que diz. Pode ter excesso de autocobrança e hipertireoidismo.
Sexto Chackra: Ajna Chakra

O sexto chakra é Ajna, o chakra frontal, também conhecido como terceiro olho, localizado na região entre as sobrancelhas. Ajna significa “comando”, pois é o centro que “coordena” os outros chakras. Está associado à intuição e à percepção que transcende a dualidade. Este chakra não está associado à elemento algum, ou a todos eles. A cor é prata. O bija mantra é Om. Governa a mente como órgão do sentido e órgão de ação.
O sexto chackra (Ajna) está associado à intuição, à percepção da não linearidade, ao pensamento sistêmico, aos sonhos, devaneios, pensamento mitológico e arquetípico, clarividência e mediunidade. Está associado ao inconsciente, que é muito muito mais amplo que a mente consciente. Neste centro temos a percepção da não dualidade, ou seja, da unidade. O entendimento de que o Universo é integrado e não estamos separados. Neste Chakra temos o terceiro “granthi”; um dos nós psicoenergéticos. O primeiro está em Muladhara e está ligado ao medo da morte; Brahma granthi. O segundo, Vishnu granthi, está em Anahata, ligado à solidão e à tristeza. O terceiro é Rudra Granthi, que está associado à arrogância e ao achar-se superior aos demais. Em Ajna Chakra, podemos descobrir os poderes da mente, no Yoga chamados de “siddhis”, pois este centro associa-se à mente e todas as suas potencialidades.
Este centro equilibrado favorece a intuição, a percepção da unidade da vida , da integração e das sincronicidades.
Em desequilíbrio, se falta energia neste chakra, a pessoa pode não dar ouvidos à intuição, não se dar conta dos próprios pensamentos e ser cética. Pode ter problemas associados ao cérebro e tontura. E se a energia é excessiva pode haver hipersensibilidade a pessoas e ambientes, confusão mental e sensação de não estar plenamente no próprio corpo.
Sétimo Chackra: Sahasrara Chakra

O sétimo chakra é Sahasrara, o chakra coronário, localizado no topo da cabeça. Este não é um centro como os outros, ele representa a Consciência que está em tudo e é fonte de tudo. A Consciência primordial que dá origem ao tempo e ao espaço, e que sustenta toda as coisas. Sahasrara significa “mil pétalas”, pois é representado por uma lótus de mil pétalas cristalinas, que representam o infinito, o sem começo nem fim. Enquanto no chakra anterior, Ajna, temos a capacidade de perceber a não-dualidade, Sahasrara representa a unidade em si.
Não possui cor, ou símbolo e, em algumas linhas é associado ao cérebro e à hipófise. A consciência pura é a origem de todas as formas e manifestações, ela está em tudo. A consciência é uma só, que permeia tudo, não se trata de uma consciência em mim e outra em você, somos todos a mesma consciência. “A consciência é livre de qualidades, mas sustenta todas as qualidades. É aquilo que é mais sutil que o espaço e que não pode ser conhecido como sujeito; aquilo que está distante e também o que está mais perto. A luz de todas as luzes.
Ela é todo o conhecimento e os meios de conhecimento. Está sentada no coração de todos nós na forma de plenitude e de não separação - Amor. É como uma luz que a tudo doa brilho de existência.” - pag. 174 Chakras. Força, conhecimento e transformação. Reconhecer essa consciência em nós mesmos é o objetivo do Yoga, é o próprio caminho do autoconhecimento. O Yoga como ferramenta serve para podermos contemplar a nossa Natureza. Através dos Asanas podemos contemplar a natureza do corpo, dos pranayamas a natureza da respiração e nos prepararmos para contemplar a natureza da mente na meditação. Assim, aos poucos, vamos nos aproximando da nossa Real Natureza de plenitude e Amor. A prática das técnicas do Yoga proporcionam uma purificação do corpo-mente para que possamos reconhecer a Unidade. Depois de passar por todos os chakras, pela estabilidade e firmeza em Muladhara, fluidez e prazer sensorial em Svadhisthana, brilho e vitalidade em Manipura, leveza e compaixão em Anahata, expressão mais pura (em todos os sentidos) do quem somos em Vishuddha, visão clara e consciência da unidade em Ajna, em Sahasrara reconhecemos finalmente o Todo e então voltamos ao centro: o coração.
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